Carta de recomendação: você tem?
23/10/2023 | Mensagens, Pr Paulo Sérgio Teixeira
Texto bíblico básico: 2 Coríntios 3.1-3
Começamos outra vez a recomendar-nos a nós mesmos? Ou necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós, ou de recomendação de vós? Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. Já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.
- A igreja de Corinto foi organizada por Paulo (At 18.1-11).
- Corinto era uma cidade grega importante, portuária, para onde afluíam pessoas de diversas regiões do império romano;
- Com isso, penetraram ali também falsos crentes, ensinamentos errados e doutrinas pagãs.
O envolvimento de Paulo com aquela igreja foi muito intenso. Ele passou muito tempo lá e escreveu várias cartas àquela igreja (provavelmente 4), das quais duas estão no Novo Testamento.
Para transitar entre as diversas igrejas, Paulo apresentava e expedia cartas de recomendação:
Querendo ele passar à Acaia, animaram-no os irmãos, e escreveram aos discípulos que o recebessem… (At 18.27).
Se Timóteo for, vede que esteja sem temor convosco, pois trabalha na obra do Senhor, como eu também (1Co 16.10).
Paulo estava preocupado porque outras pessoas traziam para Corinto tais cartas (possivelmente falsas) questionando o trabalho dele.
Paulo argumenta que ele não recomendava a si próprio, mas que tinha referências reconhecidas a seu favor, assim como já está escrito:
Louve-te o estranho e não a tua boca; o estrangeiro e não os teus lábios;
(…) mas o homem é provado pelos louvores que recebe (Pv 27.2, 27b).
Ele não precisava de recomendações adicionais, porque ele próprio já era bem conhecido:
Vocês aceitam de boa vontade o que qualquer um lhes diz, mesmo que anuncie um Jesus diferente daquele que lhes anunciamos, ou um espírito diferente daquele que vocês receberam, ou um evangelho diferente do que lhes foi anunciado (2Co 11.4).
Elementos que nos recomendam (ou não) a outros:
Antecedentes (criminais, crédito, conduta).
É o que marca e “rotula” a nossa pessoa. Esses dados – se verdadeiros – nunca mudam porque apenas relatam o que já aconteceu.
No caso de Paulo, os antecedentes nem eram bons (perseguidor da igreja), mas ele reconhece isso.
Cartas de recomendação
Pressupõem conteúdo positivo – caso contrário, não recomendariam, mas elas podem ser manipuladas ou direcionadas. Importa a credibilidade do remetente. Que autoridade ele teria para recomendar?
Paulo invoca os próprios coríntios como sua “carta”. Ali ele ensinou, exortou, trabalhou, lutou, orou, visitou…
Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos o sou para vós. Pois vós sois o selo do meu apostolado no Senhor (1Co 9.2).
Portanto, Paulo se credenciava pelo seu próprio procedimento.
Seria também o nosso caso?
Credenciais
Paulo diz que os coríntios eram sua “carta de recomendação”, que não se perde nem pode ser apagada:
Não com tinta, mas com o Espírito; não em tábuas de pedra, mas no coração.
Concluindo, aquilo que Jesus disse aos seus discípulos quanto a este assunto:
Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35).
Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a própria vida pelos seus amigos (Jo 15.13).
Para pensar:
- Quem é que nos recomenda? O Espírito Santo? Nossa conduta?…
- O que diz a “carta” que nos recomenda?
- Nossa “carta” é legível? As pessoas notam a transformação da nossa vida?
- Será que os nossos destinatários conseguem reconhecer quem enviou a “carta”?
Pr. Paulo Sérgio Teixeira Filho – domingo, 22/10/2023