Que Jesus você conhece?
10/04/2023 | Cultos especiais, Mensagens, Pr Wilson Greve
Texto bíblico básico: Lucas 24.13-35
A noção que as pessoas têm sobre Jesus pode ser muito confusa. Os dois discípulos de Jesus a caminho de Emaús na tarde do domingo da Páscoa revelam várias percepções:
1. Um homem poderoso
Poderoso em palavras
Um deles, chamado Cleopas, perguntou-lhe: “Você é o único visitante em Jerusalém que não sabe das coisas que ali aconteceram nestes dias?” “Que coisas?”, perguntou ele. “O que aconteceu com Jesus de Nazaré”, responderam eles. “Ele era um profeta, poderoso em palavras e em obras diante de Deus e de todo o povo” (Lc 24.18-19).
Essa ideia era familiar para o povo, que conhecia a promessa de Dt 18.18-19, trazendo esperança de conforto, paz e segurança:
Levantarei do meio dos seus irmãos um profeta como você; porei minhas palavras na sua boca, e ele lhes dirá tudo o que eu lhe ordenar. Se alguém não ouvir as minhas palavras que o profeta falará em meu nome, eu mesmo lhe pedirei contas.
Poderoso em obras
Os milagres de Jesus eram notórios. Um exemplo: Quando Jesus se aproximou da localidade de Naim, defrontou-se com um cortejo fúnebre:
Aproximou-se e tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Jesus disse: “Jovem, eu lhe digo, levante-se!” Ele se levantou, sentou-se e começou a conversar, e Jesus o entregou à sua mãe. Todos ficaram cheios de temor e louvavam a Deus. “Um grande profeta se levantou entre nós”, diziam eles. “Deus interveio em favor do seu povo” (Lc 7.14-16).
Mas seria isso suficiente para seguir Jesus?
2. Um homem sofredor
“Os chefes dos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram; e nós esperávamos que era ele que ia trazer a redenção a Israel. E hoje é o terceiro dia desde que tudo isso aconteceu” (Lc 24.20-21).
Tudo isso já estava previsto pelo profeta Isaías:
Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de tristeza e familiarizado com o sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima. Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido (Is 53.3-4).
Jesus sofreu com o poder da morte:
Foi-lhe dado um túmulo com os ímpios, e com os ricos em sua morte, embora não tivesse cometido qualquer violência nem houvesse qualquer mentira em sua boca. Contudo foi da vontade do Senhor esmagá-lo e fazê-lo sofrer e, embora o Senhor faça da vida dele uma oferta pela culpa, ele verá sua prole e prolongará seus dias, e a vontade do Senhor prosperará em sua mão (Is 53.9-10).
3. Um homem derrotado?
A expectativa dos discípulos tinha sido muito curta: restauração da grandeza de Israel para já. E ao que pareceu, foi um fracasso total:
Algumas das mulheres entre nós nos deram um susto hoje. Foram de manhã bem cedo ao sepulcro e não acharam o corpo dele. Voltaram e nos contaram que tinham tido uma visão de anjos, que disseram que ele está vivo. Alguns dos nossos companheiros foram ao sepulcro e encontraram tudo exatamente como as mulheres tinham dito, mas não o viram (Lc 24.22-24).
Nossa visão atual muitas vezes é bem semelhante – positiva mas muito limitada. Vale então lembrar o que Paulo diz:
Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, dentre todos os homens somos os mais dignos de compaixão (1Co 15.19).
O que nós já experimentamos com nosso Jesus?
Seriam apenas histórias ou tivemos um encontro pessoal com ele?
Seria só o cumprimento de deveres religiosos? Certamente não!
Ele lhes disse: “Como vocês custam a entender e como demoram a crer em tudo o que os profetas falaram! Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?” E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras (Lc 24.25-27).
Já experimentamos que o sacrifício na cruz é a demonstração do seu amor por nós? O que esse sacrifício desperta em nós? Tristeza pela morte ou alegria pela salvação?
Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que nele crer tenha a vida eterna. Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus (Jo 3.14-18).
Já experimentamos que a comunhão com Cristo traz a verdadeira esperança?
Perguntaram-se um ao outro: ‘Não estavam ardendo os nossos corações dentro de nós, enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras? (Lc 24.32).
Conclusão
Conhecimento acerca de Jesus não é o mesmo que ter um relacionamento com ele. Se quisermos ser transformados, vivificados, não podemos apenas ouvir as histórias acerca de Jesus; precisamos relacionar-nos intimamente com ele, entregando toda nossa vida, fé e esperança a Jesus Cristo.
Pr Wilson R. Greve – domingo, 9/4/2023