Oportunidade ou problema?
07/03/2022 | Mensagens, Pr Wilson Greve
Texto bíblico básico: Números 13
Oportunidade requer confiança
O Senhor disse a Moisés: “Envie alguns homens em missão de reconhecimento à terra de Canaã, terra que dou aos israelitas. Envie um líder de cada tribo dos seus antepassados”. Assim Moisés os enviou do deserto de Parã, conforme a ordem do Senhor. Todos eles eram chefes dos israelitas (Nm 13.1-3).
Até aquele momento, essa perspectiva que Deus deu ali aos israelitas era feita apenas de promessas, mas também não havia questionamentos. Qual o benefício que podemos obter com novas iniciativas? Também podem surgir dificuldades, tal como Paulo diz aos coríntios sobre os planos dele:
Desta vez não quero apenas vê-los e fazer uma visita de passagem; espero ficar algum tempo com vocês, se o Senhor permitir. Mas permanecerei em Éfeso até o Pentecoste, porque se abriu para mim uma porta ampla e promissora; e há muitos adversários (1Co 16.7-9).
Oportunidade requer planejamento
É claro que nas nossas iniciativas desejamos que as coisas aconteçam à nossa maneira, embora nem sempre seja assim. De qualquer forma, há necessidade de preparo:
Quando Moisés os enviou para observarem Canaã, disse: “Subam pelo Neguebe e prossigam até a região montanhosa. Vejam como é a terra e se o povo que vive lá é forte ou fraco, se são muitos ou poucos; se a terra em que habitam é boa ou ruim; se as cidades em que vivem são cidades sem muros ou fortificadas; se o solo é fértil ou pobre; se existe ali floresta ou não. Sejam corajosos! Tragam alguns frutos da terra”. Era a época do início da colheita das uvas (Nm 13.17-20).
Temos um bom exemplo de preparo e planejamento no procedimento de Neemias quando chegou a Jerusalém para reconstruir os muros da cidade:
Cheguei a Jerusalém e, depois de três dias de permanência ali, saí de noite com alguns dos meus amigos. Eu não havia contado a ninguém o que o meu Deus havia posto em meu coração que eu fizesse por Jerusalém. Não levava nenhum outro animal além daquele em que eu estava montado. De noite saí pela porta do Vale na direção da fonte do Dragão e da porta do Esterco, examinando o muro de Jerusalém que havia sido derrubado, e suas portas, que haviam sido destruídas pelo fogo (Ne 2.11-13).
Oportunidade gera motivação
Quando chegaram ao vale de Escol, cortaram um ramo do qual pendia um único cacho de uvas. Dois deles carregaram o cacho, pendurado numa vara. Colheram também romãs e figos (Nm 13.23).
Eles então retornaram a Moisés e a Arão e a toda a comunidade de Israel em Cades, no deserto de Parã, onde prestaram relatório a eles e a toda a comunidade de Israel, e lhes mostraram os frutos da terra. E deram o seguinte relatório a Moisés: “Entramos na terra à qual você nos enviou, onde manam leite e mel! Aqui estão alguns frutos dela” (Nm 13.26-27).
É a chance de fazer e conseguir algo. O apóstolo Pedro teve uma experiência assim quando foi milagrosamente libertado da prisão à noite:
Então Pedro caiu em si e disse: “Agora sei, sem nenhuma dúvida, que o Senhor enviou o seu anjo e me libertou das mãos de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava (At 12.11).
Pedro continuou batendo e, quando abriram a porta e o viram, ficaram perplexos. Mas ele, fazendo-lhes sinal para que se calassem, descreveu como o Senhor o havia tirado da prisão e disse: “Contem isso a Tiago e aos irmãos”. Então saiu e foi para outro lugar (At 12.16-17).
Problemas focam nos obstáculos
As oportunidades são estimulantes, mas como encarar os problemas que as acompanham? Depois da empolgação com as grandes colheitas da terra, vem a ressaca:
Mas o povo que lá vive é poderoso, e as cidades são fortificadas e muito grandes. Também vimos descendentes de Enaque. Os amalequitas vivem no Neguebe; os hititas, os jebuseus e os amorreus vivem na região montanhosa; os cananeus vivem perto do mar e junto ao Jordão (Nm 13.28-29).
O próprio Moisés já se preocupou com isso logo no início do seu ministério e, mesmo diante da insistência e das garantias de Deus, teimou:
Disse, porém, Moisés ao Senhor: “Ó Senhor! Nunca tive facilidade para falar, nem no passado nem agora que falaste a teu servo. Não consigo falar bem!” … “Agora, pois, vá; eu estarei com você, ensinando-lhe o que dizer”. Respondeu-lhe, porém, Moisés: “Ah Senhor! Peço-te que envies outra pessoa (Ex 4.10,12-13).
Se tivermos certeza das instruções de Deus, como reagiremos?
Problemas geram estagnação
Calebe animou o povo a ir em frente com a conquista da terra…
…mas os homens que tinham ido com ele disseram: “Não podemos atacar aquele povo; é mais forte do que nós” (Nm 13.31).
Reação semelhante foi a do exército de Saul diante das ameaças de Golias:
“Desafio hoje as tropas de Israel! Mandem-me um homem para lutar sozinho comigo”. Ao ouvirem as palavras do filisteu, Saul e todos os israelitas ficaram atônitos e apavorados (1Sm 17.10-11).
Problemas geram desânimo coletivo
E espalharam entre os israelitas um relatório negativo acerca daquela terra. Disseram: “A terra para a qual fomos em missão de reconhecimento devora os que nela vivem. Todos os que vimos são de grande estatura. Vimos também os gigantes, os descendentes de Enaque, diante de quem parecíamos gafanhotos, a nós e a eles (Nm 13.32-33).
Naquela noite toda a comunidade começou a chorar em alta voz. Todos os israelitas queixaram-se contra Moisés e contra Arão, e toda a comunidade lhes disse: “Quem dera tivéssemos morrido no Egito! Ou neste deserto! Por que o Senhor está nos trazendo para esta terra? Só para nos deixar cair à espada? Nossas mulheres e nossos filhos serão tomados como despojo de guerra. Não seria melhor voltar para o Egito?” E disseram uns aos outros: “Escolheremos um chefe e voltaremos para o Egito!” (Nm 14.1-4).
Qual é a atitude correta?
Calebe insiste em fazer valer a fé:
Então Calebe fez o povo calar-se perante Moisés e disse: “Subamos e tomemos posse da terra. É certo que venceremos!” (Nm 13.30).
A reação do povo resultou em mais 40 anos no deserto. Só depois é que se pôde começar de novo, e Moisés encarregou Josué de levar adiante a conquista da terra.
Então Moisés convocou Josué e lhe disse na presença de todo o Israel: “Seja forte e corajoso, pois você irá com este povo para a terra que o Senhor jurou aos seus antepassados que lhes daria, e você a repartirá entre eles como herança. O próprio Senhor irá à sua frente e estará com você; ele nunca o deixará, nunca o abandonará. Não tenha medo! Não se desanime!” (Dt 31.7-8)