O que o Senhor espera de nós?
04/01/2022 | Mensagens, Pr Wilson Greve
Texto bíblico básico: Deuteronômio 10.12-13
Depois de 40 anos no deserto, Israel recebe em Dt 9-11 as instruções finais de Moisés antes de entrar na terra prometida.
Apesar de toda a desobediência e dos fracassos do povo, Deus se manteve fiel, atendendo inclusive à intercessão de Moisés para preservar Israel apesar de tudo.
Tal como foi com Israel, o mérito da fidelidade de Deus na nossa vida não é nosso, mas Deus requer de nós uma resposta à sua fidelidade, que se resume em cinco aspectos expostos no texto bíblico básico indicado acima.
O primeiro desses aspectos é:
1. Temer ao Senhor
Agora, ó Israel, que é que o Senhor seu Deus pede de você, senão que tema o Senhor, o seu Deus…
Temer não significa ter medo, talvez de castigo por causa de algum pecado. A palavra tem o sentido de respeitar. Um exemplo disso está em Js 4.14, em que no original aparece a mesma palavra por ocasião da posse de Josué como sucessor de Moisés:
Naquele dia o Senhor exaltou Josué à vista de todo o Israel; e eles o respeitaram enquanto viveu, como tinham respeitado Moisés.
Outro exemplo dessa atitude diante de Deus está em Sl 89.8-9:
Ó Senhor, Deus dos Exércitos, quem é semelhante a ti? És poderoso, Senhor, envolto em tua fidelidade. Tu dominas o revolto mar; quando se agigantam as suas ondas, tu as acalmas.
2. Andar em todos os seus caminhos
Trata-se de seguir a orientação de Deus assim como um filho acompanha os passos do pai, com todas as expectativas que isso inclui para ambos.
Numa relação sadia, essa relação é marcada por amor e carinho e também por delimitações na trajetória do filho. O apóstolo Paulo expõe esse cenário em 1Ts 4.3-8:
A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o próprio corpo de maneira santa e honrosa, não com a paixão de desejo desenfreado, como os pagãos que desconhecem a Deus. Neste assunto, ninguém prejudique a seu irmão nem dele se aproveite. O Senhor castigará todas essas práticas, como já lhes dissemos e asseguramos. Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade.
Portanto, aquele que rejeita estas coisas não está rejeitando o homem, mas a Deus, que lhes dá o seu Espírito Santo.
A igreja de Tessalônica, a quem Paulo escreveu essas palavras, estava indo bem, mas sempre é necessário consolidar essa posição.
Pergunta: Como estamos nós diante disso?
3. Amar o Senhor
Seria esse amor ao Senhor uma obrigação com ameaça de punição se não for cumprida?
Não!
O amor decorre de um relacionamento bom e amigável. Jesus diz:
Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido (Jo 15.15).
O amor aproxima e até possibilita questionamentos, como as três vezes em que Jesus perguntou a Pedro se este o amava:
Pela terceira vez, ele lhe disse: “Simão, filho de João, você me ama?” Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez “Você me ama?” e lhe disse: “Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo”. Disse-lhe Jesus: “Cuide das minhas ovelhas” (Jo 21.17).
4. Servir ao Senhor de todo o coração e toda a alma
A ideia de servir parece indesejável, mas o amor dá a ela uma nota positiva que reverte tudo:
Escravos, obedeçam em tudo a seus senhores terrenos, não somente para agradar os homens quando eles estão observando, mas com sinceridade de coração, pelo fato de vocês temerem ao Senhor. Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens (Cl 3.22-23).
Se eu e você simplesmente tivéssemos a percepção de que onde quer que estivermos, e o que quer que fizermos, Deus nos estaria vendo, isso transformaria as nossas vidas! (Martyn Lloyd Jones).
5. Obedecer aos mandamentos e decretos do Senhor
A obediência não é simplesmente uma exigência de Deus, mas inclui a promessa de uma qualidade de vida efetivamente boa.
Se vocês seguirem os meus decretos e obedecerem aos meus mandamentos, e os colocarem em prática, eu lhes mandarei chuva na estação certa, e a terra dará a sua colheita e as árvores do campo darão o seu fruto (Lv 26.3-4).
Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência. Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer (Tg 1.22-25).
Pr Wilson R. Greve – domingo, 2/1/2022