Jesus, o Pão da vida
15/11/2021 | Mensagens, Pr Kevin Tehlen
Texto bíblico básico: João 6.25-36
É fato bem conhecido que Jesus era rejeitado pelos líderes judeus porque ele os confrontava com a hipocrisia deles. As multidões do povo, porém, seguiam-no atraídos pelos muitos milagres que fazia:
Notícias sobre ele se espalharam por toda a Síria, e o povo lhe trouxe todos os que estavam padecendo vários males e tormentos: endemoninhados, epilépticos e paralíticos; e ele os curou. .Grandes multidões o seguiam, vindas da Galileia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e da região do outro lado do Jordão (Mt 4.24-25).
Enquanto estava em Jerusalém, na festa da Páscoa, muitos viram os sinais miraculosos que ele estava realizando e creram em seu nome (Jo 2.23).
Entretanto, ainda não reconheciam quem Jesus era realmente – o Messias.
Depois de ver o sinal miraculoso que Jesus tinha realizado (a multiplicação de pães e peixes), o povo começou a dizer: “Sem dúvida este é o Profeta que devia vir ao mundo” (Jo 6.14).
Referiam-se com isso a uma promessa que Deus fizera por intermédio de Moisés:
O Senhor, o seu Deus, levantará no meio de seus próprios irmãos um profeta como eu; ouçam-no (Dt 18.15).
Seria então Jesus uma espécie de segundo Moisés? Itamir Neves comenta a esse respeito:
Jesus, na mente deles, deveria ser um rei e conquistador, alguém que mudaria o status de Israel, de uma nação submetida a uma potência mundial. Alguém que libertaria o destino de ser um país ocupado e que o tornaria em conquistador de outros países.
No episódio da leitura de hoje, porém, seus próprios seguidores começaram a abandoná-lo.
Portanto, o povo o seguia não por aquilo que ele era, mas por aquilo que lhes oferecia. E nós? Somos leais a Jesus por quê? O que importa realmente?
1. O que é importante?
O texto do nosso estudo de hoje mostra que o povo procurava Jesus principalmente por curiosidade – não tinha noção do que importava, e Jesus teve de corrigir o foco deles:
Quando o encontraram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Mestre, quando chegaste aqui?” .Jesus respondeu: “A verdade é que vocês estão me procurando não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos. .Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará. Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação (Jo 6.25-27).
William Barclay comenta a esse respeito:
Vocês não podem pensar em sua alma porque estão ocupados com seu estômago.
Outro exemplo semelhante à atitude desse povo é o da mulher samaritana em João 4, que se interessou por Jesus diante da perspectiva de ganhar dele “água viva” que lhe pouparia o trabalho de ira até o poço buscar água. Só isso.
Fica novamente a pergunta para nós: O que buscamos realmente quando procuramos Jesus? Quais são nossas prioridades?
2. O que precisamos fazer?
Foi o que o povo perguntou a Jesus, mas diante da sua resposta só souberam cobrar mais milagres como aquele do pão, A resposta de Jesus, porém, foi que ele mesmo é o “pão da vida”. O pão é um alimento básico para a sobrevivência, e a fé em Jesus é o que nos provê vida espiritual:
Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito; contudo, vocês, não querem vir a mim para terem vida (Jo 5.39-40).
A vontade de meu Pai é que todo o que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia (Jo 6.40).
Então lhe perguntaram: “O que precisamos fazer para realizar as obras que Deus requer?” .Jesus respondeu: “A obra de Deus é esta: crer naquele que ele enviou”. Então lhe perguntaram: “Que sinal miraculoso mostrarás para que o vejamos e creiamos em ti? Que farás? (Jo 6.28-30).
3. Qual a sua decisão?
O povo que só seguia Jesus em busca de milagres materiais começou a abandoná-lo. Apenas seus 12 discípulos reconheceram o que importava:
Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo. .Jesus perguntou aos doze: “Vocês também não querem ir?” .Simão Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. .Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus” (Jo 6.66-69).
A questão toda então é: Neste relato, quem é você? Um discípulo temporário ou um discípulo genuíno?
Vale a pena aqui meditar sobre esta observação de John Charles Ryle:
Os homens podem ter sentimentos, desejos, convicções, resoluções, esperanças e até sofrimentos na vivência religiosa e, ainda assim, jamais experimentar a graça salvadora de Deus. Eles podem ter corrido bem por um tempo, mas depois voltam para o mundo e se tornam como Demas, Judas Iscariotes e a mulher de Ló.
Agora tudo depende da sua resposta a isso.
Kevin Tehlen – domingo, 14/11/2021