Transformados pela graça
26/07/2021 | Mensagens, Pr Kevin Tehlen
Texto bíblico básico: 1 Timóteo 1.12-14
As chamadas cartas pastorais (Timóteo e Tito) do apóstolo Paulo têm o propósito de ajudar seus colaboradores mais jovens no exercício do ministério deles. Temos nos últimos domingos estudado a carta de Paulo a Tito, série que agora interrompemos devido à ausência temporária do Pastor Wilson, e em lugar dessa série teremos duas mensagens baseadas na primeira carta a Timóteo.
Logo no início de 1 Timóteo, Paulo refuta falsos ensinos, e logo em seguida, na passagem indicada acima, fala de si mesmo e da obra que Deus realizou em sua vida. Ele explica que foi Deus que o chamou e capacitou para o apostolado.
Mas afinal, quem foi Paulo?
Paulo – ou Saulo – era um judeu exemplar, um fariseu que queria servir a Deus com muito zelo:
- Paulo aprendeu os preceitos da lei de Deus logo cedo;
- Foi um jovem exemplar;
- O zelo sempre ardeu em seu peito;
- Seu propósito era servir a Deus;
- Dominava o conhecimento da lei;
- Tinha conhecimento das opiniões mais importantes dos grandes mestres;
- Era um destaque dentro do Judaísmo;
Portanto, ele era alguém muito importante em sua época!
Conhecia bem a lei de Deus, tinha grande cultura, era erudito e poliglota, mas nos primeiros tempos da igreja em Jerusalém ele não reconhecia Jesus como Filho de Deus, pelo contrário:
Saulo, por sua vez, devastava a igreja, invadindo casa após casa, arrastando homens e mulheres para jogá-los ao cárcere (At 8.3).
Enquanto isso, Saulo ainda respirava ameaças de morte contra os discípulos do Senhor (At 9.1).
Mais tarde, ele mesmo reconhece:
Sou o menor dos apóstolos e nem sequer mereço ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus (1Co 15.9).
Vocês ouviram qual foi o meu procedimento no judaísmo, como perseguia com violência a igreja de Deus, procurando destruí-la (Gl 1.13).
Em At 26.9-18, defendendo sua posição perante o rei Agripa, ele descreve sua atitude naqueles tempos e o acontecimento que transformou sua vida:
Eu também estava convencido de que deveria fazer todo o possível para me opor ao nome de Jesus, o Nazareno. E foi exatamente isso que fiz em Jerusalém. Com autorização dos chefes dos sacerdotes lancei muitos santos na prisão, e quando eles eram condenados à morte eu dava o meu voto contra eles. Muitas vezes ia de uma sinagoga para outra a fim de castigá-los, e tentava forçá-los a blasfemar. Em minha fúria contra eles, cheguei a ir a cidades estrangeiras para persegui-los. Numa dessas viagens eu estava indo para Damasco, com autorização e permissão dos chefes dos sacerdotes. Por volta do meio-dia, ó rei, estando eu a caminho, vi uma luz do céu, mais resplandecente que o sol, brilhando ao meu redor e ao redor dos que iam comigo. Todos caímos por terra. Então ouvi uma voz que me dizia em aramaico. ‘Saulo, Saulo, por que você está me perseguindo? Resistir ao aguilhão só lhe trará dor!’ Então perguntei: Quem és tu, Senhor? Respondeu o Senhor: ‘Sou Jesus, a quem você está perseguindo. Agora levante-se, fique de pé. Eu lhe apareci para constituí-lo servo e testemunha do que você viu a meu respeito e do que lhe mostrarei. Eu o livrarei do seu próprio povo e dos gentios, aos quais eu o envio para abrir-lhes os olhos e convertê-los das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, a fim de que recebam o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim’.
1. Deus chama e capacita
Saulo/Paulo foi transformado pela graça de Deus e não por suas muitas qualidades e supostos méritos. É um presente que resulta em gratidão – em ação de graças.
Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me considerou fiel, designando-me para o ministério (1Tm 1.12).
Foi o que Jesus também explicou aos seus discípulos:
Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome (Jo 15.16).
Paulo dá graças a Cristo porque…
a) …lhe deu forças;
b) …o considerou fiel (ou seja: confiável e crente).
c) …o designou (nomeou, qualificou)
Assim, ele declara depois:
O que para mim era lucro, passei a considerar perda por causa de Cristo (Fp 3.7).
2. De onde Deus o tirou?
Paulo explica:
Anteriormente fui blasfemo, perseguidor e insolente, mas alcancei misericórdia porque o fiz por ignorância e na minha incredulidade (v 13).
Blasfemo é difamador, alguém que falsamente fala mal de outro.
Insolente é desrespeitoso, um agressor violento.
Paulo era ignorante e incrédulo porque foi mal orientado a respeito de Deus
Persegui os seguidores deste Caminho até a morte, prendendo tanto homens como mulheres e lançando-os na prisão (At 22.4).
Eu respondi: Senhor, estes homens sabem que eu ia de uma sinagoga a outra, a fim de prender e açoitar os que creem em ti (At 22.19).
Desafio: De onde eu vim? Agradecer a Deus porque ele me tirou de onde eu estava.
Transformados pela graça
Contudo, a graça de nosso Senhor transbordou sobre mim, juntamente com a fé e o amor que estão em Cristo Jesus.
Fé é o oposto de incredulidade;
Amor em Cristo é o oposto da crueldade.
A lembrança do que éramos não é apagada, mas a condição é perdoada. Por isso, Paulo diz:
Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo (Fp 3.8).
Concluindo, um comentário do Pastor Hernandes Dias Lopes:
Quem está na graça sabe que não há condenação para os que se arrependem.
Um transgressor arrependido não é mais um transgressor.
Um blasfemo arrependido não é mais um blasfemo (…)
sabe por quê? A graça de Jesus apaga todos os pecados.
Essa graça manifesta na cruz cancelou todos os nossos pecados.
Viver na graça é deixar que ela transborde sobre nós.
Kevin Tehlen – domingo, 25/7/2021