Ele continua sendo Deus!
28/12/2020 | Mensagens, Pr Wilson Greve
Texto bíblico básico: Habacuque 3.16-19
Muitas coisas inesperadas aconteceram neste ano, e não sabemos o que vem pela frente.
O profeta Habacuque enfrentava uma incerteza semelhante, não por causa de uma epidemia, mas de guerra – também assustadora. Por isso seu livro é bem diferente dos outros livros proféticos – ele não traz uma mensagem de Deus para o povo, mas é antes um desabafo – uma conversa dele com Deus – ele estava inconformado com a situação. Fez duas perguntas, e a resposta de Deus não foi o que ele esperava. Por que acontecia tudo aquilo? Até quando? Indignado com o povo que vivia em pecado, ele cobra o juízo de Deus – e Deus usa para isso um povo ainda pior, mas este também seria punido. No fim do livro, o próprio profeta encontra então a resposta que buscava. Como será que ele chegou até ela?
Podemos olhar para as promessas de Deus
A visão aguarda um tempo designado; ela fala do fim, e não falhará. Ainda que se demore, espere-a; porque ela certamente virá e não se atrasará”. Escreva: “O ímpio está envaidecido; seus desejos não são bons; mas o justo viverá pela sua fidelidade” (Hc 2.3-4).
Deus oferece esperança. A solução pode demorar, mas não falhará.
Em meio a tudo que observamos em torno de nós, também estamos sentindo isso, mas não devemos esquecer: Jesus voltará – e não vai falhar.
Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: “Nunca o deixarei, nunca o abandonarei”. Podemos, pois, dizer com confiança: “O Senhor é o meu ajudador, não temerei. O que me podem fazer os homens?” (Hb 13.5-6).
Nós sempre queremos segurar-nos naquilo que podemos agarrar e controlar, mas o que de fato ajuda é o que Deus promete: que ele não nos abandonará.
Deus mandou Habacuque escrever suas promessas com bastante destaque para não esquecê-las. É também por isso que estamos lançando a campanha de ler a Bíblia toda em um ano!
Podemos olhar para o passado e ver os feitos de Deus
Senhor, ouvi falar da tua fama; temo diante dos teus atos, Senhor. Realiza de novo, em nossa época, as mesmas obras, faze-as conhecidas em nosso tempo; em tua ira, lembra-te da misericórdia (Hc 3.2).
Para o povo de Israel, a leitura não era tão fácil como para nós – por isso Deus manda erigir memoriais, como este exemplo dos tempos de Josué:
Disse ele aos israelitas: “No futuro, quando os filhos perguntarem aos seus pais: ‘Que significam essas pedras?’, expliquem a eles: ‘Aqui Israel atravessou o Jordão em terra seca. Pois o Senhor, o seu Deus, secou o Jordão perante vocês até que o tivessem atravessado. O Senhor, o seu Deus, fez com o Jordão como fizera com o mar Vermelho, quando o secou diante de nós até que o tivéssemos atravessado. Ele assim fez para que todos os povos da terra saibam que a mão do Senhor é poderosa e para que vocês sempre temam o Senhor, o seu Deus’” (Js 4.21-24).
Outro exemplo é o de Samuel depois que Deus os livrou da ameaça dos filisteus:
Os soldados de Israel saíram de Mispá e perseguiram os filisteus até um lugar abaixo de Bete-Car, matando-os pelo caminho. Então Samuel pegou uma pedra e a ergueu entre Mispá e Sem e deu-lhe o nome de Ebenézer, dizendo: “Até aqui o Senhor nos ajudou” (1Sm 7.11-12).
Ainda assim, nossa dificuldade é que com o tempo esquecemos o que Deus fez e aí o questionamos e pedimos que ele repita seus feitos do passado.
Talvez nós nunca tenhamos sentido a mão de Deus tão de perto como agora. Deus tem sido muito generoso com a nossa igreja, guardando nossa comunidade do Covid. É graça e misericórdia, e ele nos levará adiante até o alvo. Haverá lutas, mas também a guarda de Deus.
Podemos olhar para a História e ver seu poder
Era com os rios que estavas irado, Senhor? Era contra os riachos o teu furor? Foi contra o mar que a tua fúria transbordou quando cavalgaste com os teus cavalos e com os teus carros vitoriosos? Preparaste o teu arco, pediste muitas flechas. Fendeste a terra com rios, os montes te viram e se contorceram. Torrentes de água desceram com violência; o abismo estrondou erguendo as suas ondas. O sol e lua pararam em suas moradas diante do reflexo de tuas flechas voadoras, diante do lampejo da tua lança reluzente. (Hc 3.8-11).
A natureza está sob a autoridade de Deus, e ele também controla o vírus:
Com ira andaste a passos largos por toda a terra e com indignação pisoteaste as nações. Saíste para salvar o teu povo, para libertar o teu ungido. Esmagaste o líder da nação ímpia, tu o desnudaste da cabeça aos pés (Hc 3.12-13).
Nada foge ao seu controle. Nem os povos adversários de Habacuque, nem o vírus que nos ameaça. Ele move a história e precisamos lembrar isso. Ao longo da história, o povo de Israel sofreu toda espécie de agressões, mas Deus o preservou até hoje – e promete o mesmo a nós também.
Pois o Senhor é o grande Deus, o grande Rei acima de todos os deuses. Nas suas mãos estão as profundezas da terra, os cumes dos montes lhe pertencem. Dele também é o mar, pois ele o fez; as suas mãos formaram a terra seca (Sl 95.3-5).
Temos de descansar e entender o que Deus faz.
Qual a minha reação quando recordo o que Deus é e o que fez conosco em vez de perguntar até quando?
Com tudo isso, a partir do v 16 muda o foco de Habacuque:
- Habacuque treme diante da grandeza de Deus. Será que entendemos isso? Deus continua poderoso se crermos ou não.
- Ele esperou tranquilamente o cumprimento da promessa de Deus. Deus não depende de nada. Confiamos mesmo nisso?
- Habacuque mostra sua fé e esperança em Deus apesar do momento incerto que vivia.
Desafio: continuar a confiar em Deus.
Pr Wilson R. Greve – domingo, 27/12/2020