Cristãos maduros
20/07/2020 | Mensagens, Pr Wilson Greve, Série em Efésios
Série Efésios 19
Texto bíblico básico: Efésios 4.14-16
O texto básico trata do desenvolvimento da nossa vida cristã, alertando para o problema de não crescermos para nos tornarmos semelhantes a Cristo. Compara-nos então a crianças e suas limitações. A exposição a seguir baseia-se num estudo de Martyn Lloyd-Jones:
1) O comportamento da criança
Inconstância: Crianças não conseguem ser perseverantes – mudam rapidamente de opinião e comportamento. Tal atitude também ocorre facilmente em quem não é cristão ou também no início da vida cristã, mas não deveria permanecer assim. Quando Paulo sofreu um naufrágio na sua viagem a Roma, ele e seus companheiros se recolheram na ilha de Malta, onde tiveram de acampar e acenderam uma fogueira para se aquecer. Então ocorreu o seguinte:
Paulo ajuntou um monte de gravetos. Quando os colocava no fogo, uma víbora, fugindo do calor, prendeu-se à sua mão. Quando os habitantes da ilha viram a cobra agarrada na mão de Paulo, disseram uns aos outros: “Certamente este homem é assassino, pois, tendo escapado do mar, a Justiça não lhe permite viver”. Mas Paulo, sacudindo a cobra no fogo, não sofreu mal nenhum. Eles, porém, esperavam que ele começasse a inchar ou que caísse morto de repente, mas, tendo esperado muito tempo e vendo que nada de estranho lhe sucedia, mudaram de ideia e passaram a dizer que ele era um deus.
É um exemplo de uma reação imatura e infantil. Será que também reagimos assim?
Falta de domínio próprio: A criança ainda não tem padrões de comportamento nem força para se disciplinar. Para criar isso na vida cristã, precisamos aprender a conhecer a nós mesmos e a palavra de Deus:
Melhor é o homem paciente do que o guerreiro; mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade (Pv 32.16).
Reações violentas: Desproporcionais aos fatos – seja por mágoa ou também por alegria e entusiasmo. A criança defende sua posição com teimosia e rigidez. A Bíblia, porém, ensina que
Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio (2Tm 1.7).
2) A mentalidade da criança
Instabilidade mental: A criança aceita sem critério qualquer coisa que lhe digam. Com o crescimento, aprenderá a distinguir o certo do errado.
Indisciplina: Falta de persistência para o esforço do aprendizado. Na vida cristã trata-se da (falta de) percepção da necessidade de se alimentar consistentemente da palavra de Deus.
Superficialidade: Fascinação por novidades e rápidas mudanças de opinião e interesse, sem aprofundamento naquilo que importa. O povo de Atenas reagiu dessa forma à pregação do apóstolo Paulo:
“Você está nos apresentando algumas ideias estranhas, e queremos saber o que elas significam”. Todos os atenienses e estrangeiros que ali viviam não se preocupavam com outra coisa senão falar ou ouvir as últimas novidades (At 17.20-21).
Não se deseja comprometimento. Se necessário, a palavra será torcida para adaptá-la às nossas ideias. É preciso, porém, conhecê-la a fundo e ter sabedoria para aplicá-la.
3) Crescimento (v 15)
A chave para o crescimento espiritual está em 2 Timóteo 3.15-17:
Desde criança você conhece as Sagradas Letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.
Quanto da palavra de Deus vivemos efetivamente na vida diária? Ela faz parte do nosso modo de vida? Podemos aplicar 1 Coríntios 13.11 a nós?:
Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.
Eis como isso se traduz na prática:
Seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função (Ef 4.15-16).
É crescer por igual, com todos os componentes ajustados e dirigidos por Cristo, a cabeça, tendo como diretrizes a verdade e o amor. Cada um de nós tem sua própria responsabilidade nas diversas tarefas e no crescimento do corpo de Cristo:
Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos. A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito visando ao bem comum (1Co 12. 6-7).
De fato, Deus dispôs cada um dos membros no corpo segundo a sua vontade (1Co 12.18).
Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele. Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo (1Co 12.26-27).
Pr Wilson R. Greve – domingo, 19/7/2020