Preservando a unidade da igreja

15/06/2020 | Mensagens, Pr Wilson Greve, Série em Efésios

Série Efésios 14

Texto bíblico básico: Efésios 4.1-3

Nos três primeiros capítulos da carta aos Efésios, Paulo expõe fundamentos doutrinários da vida cristã. A partir do quarto capítulo, segue a aplicação prática desses princípios.

É importante sempre lembrar que que essas duas partes se complementam mutuamente – uma sem a outra não bastará.

A ênfase inicial da passagem é a necessidade de viver uma vida digna da vocação que recebemos. Em outras palavras: uma vida adequada àquilo para o que Deus nos chamou. Trata-se de um equilíbrio entre propósito e procedimento. O termo traduzido por digno é o mesmo que designa o peso colocado sobre o prato de uma balança para equilibrá-la.

É viver de forma coerente com aquilo que Paulo ensinou nos primeiros três capítulos: a fé precisa combinar com a prática, ser coerente com ela.

A prática precisa refletir a nova vida que temos por meio de Cristo – tentar apenas obedecer a ensinamentos não basta para nos capacitar.

O apóstolo Pedro esclarece a respeito:

Vocês foram regenerados não de uma semente perecível, mas imperecível, por meio da palavra de Deus, viva e permanente (1Pe 1.23).

E também:

Assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: “Sejam santos, porque eu sou santo” (1Pe 1.15).

Não se trata de seguir regras, mas de ser manter coerência entre o que se crê e o que se faz.

Os versículos 2 e 3 oferecem instruções aplicáveis à vida da igreja. Passaremos a examinar primeiro o versículo 3, retrocedendo em seguida para o 2:

O v 3 enfatiza a necessidade de esforço para preservar a unidade pelo vínculo da paz.

A condição básica para conseguir isso é a transformação da nossa vida – o novo nascimento, que é obra exclusiva de Deus. Ela é que possibilita a harmonia entre pessoas que, no mais, podem ser completamente diferentes e incompatíveis. Para que essa unidade seja possível, todos os participantes precisam ser renascidos. Não basta ter objetivos comuns se o espírito que nos conduz não for o mesmo. É isso que nos permite viver em paz conosco mesmos e uns com os outros.

No entanto, a preservação dessa condição é responsabilidade nossa e requer o nosso empenho. Isto requer zelo e diligência em tratar de resolver sem demora eventuais diferenças que possam ocorrer. A intenção disso é tornar Deus conhecido no mundo:

A intenção dessa graça era que agora, mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais (Ef 3.10).

Retornando ao v 2, Paulo expõe as características que o nosso procedimento deve apresentar:

Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor.

Essas recomendações ecoam os princípios que Jesus pregou no Sermão do Monte:

Humildade

Bem-aventurados os pobres de espírito… (Mt 5.3)

É reconhecer nossa origem e não agir para nos autopromover e sim para servir.

Docilidade ou mansidão:

Bem-aventurados os mansos… (Mt 5.5),

exercendo controle sobre a própria força:

Evite as controvérsias tolas e inúteis, pois você sabe que acabam em brigas. Ao servo do Senhor não convém brigar, mas ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente. Deve corrigir com mansidão os que se lhe opõem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-os ao conhecimento da verdade (2Tm 2.23-25).

Paciência ou longanimidade – É manter o domínio próprio ao longo do tempo, preferindo ouvir a ter pressa em responder:

O homem irritável provoca dissensão, mas quem é paciente acalma a discussão (Pv 15.18).

Suportar é manter firmeza sem revidar:

Não retribuam mal com mal, nem insulto com insulto; ao contrário, bendigam; pois para isso vocês foram chamados, para receberem bênção por herança (1Pe 3.9).

Amor é a força que nos capacita a tudo isso, e essas atitudes por sua vez revelarão o amor de Deus aos outros.

Conclusão: Ame e envolva-se.

Pr. Wilson Greve – domingo, 14/6/2020