Por que lutar pela unidade da igreja? (2)
29/06/2020 | Mensagens, Pr Wilson Greve, Série em Efésios
Série Efésios 16
Texto bíblico básico: Efésios 4.5-6
1. Jesus é soberano
Há um só Senhor… (Ef 4.5).
Há uma ênfase muito forte em que Jesus é soberano.
Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo. O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas, tornando-se tão superior aos anjos quanto o nome que herdou é superior ao deles (Hb 1.1-4).
Muitas vezes cultivamos noções erradas ou parciais sobre Jesus: o bebê na manjedoura, o cordeiro dócil, etc. – mas é preciso esclarecer que Jesus é o dono, o proprietário da nossa vida e que não podemos fracionar seus atributos:
Jesus é amor, mas também santidade; é servo, mas também redentor. Não devemos registrar apenas aquilo que preferimos:
Vocês sabem que ele se manifestou para tirar os nossos pecados, e nele não há pecado. Todo aquele que nele permanece não está no pecado. Todo aquele que está no pecado não o viu nem o conheceu (1Jo 3.5-6).
Só poderemos ser igreja unida se todos entenderem que não há outro caminho além de Jesus como Senhor. Nada meramente “semelhante” nem nossas preferências servirão:
Não há salvação em nenhum outro, pois debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos (At 4.12).
Jesus é o único mestre que nos ensina a viver:
Vocês me chamam “Mestre” e “Senhor”, e com razão, pois eu o sou. Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei os seus pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. Eu dei o exemplo para que vocês façam como lhes fiz (Jo 13.13-15).
Não somos os donos da nossa vida. Seu dono é Cristo porque ele nos comprou:
Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de vocês mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo (1Co 6.19-20).
2. Uma só fé
O sacrifício de Cristo é fundamental e exclusivo – é preciso ter em mente que éramos pecadores e que fomos resgatados:
Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; mas no presente demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus (Rm 3.23-26).
Esse sacrifício de Cristo e nossa fé nele são essenciais, indispensáveis e suficientes. Ainda assim, muitos confiam em si mesmos, com o que cresce o orgulho e ocorrem divisões.
3. Um só batismo
Será que me tornei cristão pelo fato de ter sido batizado? Será que antes eu era pagão? E qual é o tipo de batismo correto?
Não é disso que se trata aqui. O que importa é o significado do batismo, não sua forma ou a ocasião. 1Co 10.1-2 explica:
Não quero, irmãos, que vocês ignorem o fato de que todos os nossos antepassados estiveram sob a nuvem e todos passaram pelo mar. Em Moisés, todos foram batizados na nuvem e no mar.
Todos os israelitas eram escravos no Egito, de onde saíram liderados por Moisés. Nesse sentido, foram “batizados” em Moisés.
Graças à obra de Cristo, não somos mais escravos do mundo. O que importa não é o rito do batismo, mas aquele em quem fomos batizados:
Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me (Mt 16.24).
A “cruz” é o início da nova vida. Ela não consiste das dificuldades da nossa vida natural, mas da morte para a nossa velha vida:
Fui crucificado com Cristo. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim (Gl 2.20).
O batismo representa essa morte e a ressurreição para uma nova vida.
4. Um só Deus e Pai de todos
Tudo o que vimos até aqui nos leva à presença de Deus por meio da igreja. Deus não compete com outros deuses.
Em relação ao alimento sacrificado aos ídolos, sabemos que o ídolo não significa nada no mundo e que só existe um Deus. Pois, mesmo que haja os chamados deuses, quer no céu, quer na terra (como de fato há muitos “deuses” e muitos “senhores”), para nós, de fato, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos, e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos (1Co 8.4-6).
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença (Ef 1.3-4).
Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou deu-nos vida com Cristo quando ainda estávamos mortos em transgressões – pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus para mostrar nas eras que hão de vir a incomparável riqueza de sua graça, demonstrada em sua bondade para conosco em Cristo Jesus (Ef 2.4-7).
Somos responsáveis perante o mundo, mas tudo se dá por meio da ação de Deus em nós:
Pois vocês são salvos pela graça por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos (Ef 2.8-10).
Conclusão: Cabe a nós glorificar a Deus preservando nossa união pelo vínculo da paz. Que Deus nos capacite a manter e compartilhar isso.
Pr Wilson R. Greve – domingo, 28/6/2020