O trabalho da igreja
01/06/2020 | Mensagens, Pr Wilson Greve, Série em Efésios
Série Efésios 12
Texto bíblico básico: Efésios 3.7-13
O texto básico indicado parece difícil e pouco prático, mas nele Paulo justamente responde a questões práticas da vida cristã. Ele fala do seu chamado e do grande privilégio que este representa. O texto ecoa o que ele diz em 1Co 15.8-10, em que assume uma posição de humildade diante desse privilégio:
[Cristo] apareceu também a mim, como a um que nasceu fora de tempo. Pois sou o menor dos apóstolos e nem sequer mereço ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e sua graça para comigo não foi inútil; antes trabalhei mais do que todos eles; contudo, não eu, mas a graça de Deus comigo.
Ele não merecia ser apóstolo, mas a graça não foi em vão – ele trabalhou mais que os outros.
Todos nós fomos trazidos de longe para perto de Deus: apesar do nosso passado, o Senhor nos transforma:
Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu (Rm 12.3).
Precisamos assumir a posição correta diante de Deus, nem menos, nem mais do que somos e ali assumir a responsabilidade pela função que Deus nos atribui.
Nossa posição
No versículo 8 do texto básico, Paulo se declara o menor de todos os santos – mas ele assumiu a função privilegiada que Cristo lhe concedeu: pregar o evangelho aos gentios – e ele estava firme na execução da sua missão, que consistia em anunciar o que era essencial: a transformação de nossa vida pela graça de Deus.
Tendemos a nos empenhar na busca de soluções para o que nos aflige, mas isso é secundário. A transformação de vida é o que importa e que fornece a base para as soluções que buscamos. Paulo comenta isso em 1Co 1.17-18:
Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho, não porém com palavras de sabedoria humana, para que a cruz de Cristo não seja esvaziada.
Mais adiante, nos vv 21-24, ele estende mais essa noção.
O desafio para nós é que, apesar de não sermos nada, temos condições de falar de Cristo.
O efeito da verdade
A proclamação da verdade faz efeito não só na igreja, mas em toda a coletividade:
A intenção dessa graça era que agora, mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades na regiões celestiais de acordo com o eterno plano que ele realizou em Cristo Jesus, nosso Senhor, por meio de quem temos livre acesso a Deus em confiança, pela fé nele (Ef 3.10-12).
Portanto, é por meio de nós e da igreja que o mundo conhecerá a graça de Deus capaz de aliviar o sofrimento.
Qual será então a nossa resposta? Precisamos precaver-nos contra três atitudes erradas:
1) Achar que tudo vai mudar se ensinarmos como agir corretamente. A transformação precisa vir de dentro para fora.
2) Pensar que nosso próprio esforço em agir segundo os valores cristãos será suficiente. O que importa realmente é o encontro com Jesus.
3) Isolar-se do “mundo mau”. Afinal, a graça precisa operar ali.
As soluções precisam ser fruto da nossa transformação.
Nossa esperança e missão
Temos esperança, alegria e convicção porque Cristo nos transformou – e é isso que a igreja precisa pôr em prática.
Para responder às necessidades do mundo, precisamos proclamar a verdade da graça, e é Deus agindo em nós que nos transforma. Esse é o principal trabalho da igreja: não se perder em superficialidades, mas se concentrar no amor de Deus:
Vocês são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para sua maravilhosa luz. Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam (1Pe 2.9-10).
Pr Wilson Greve – domingo, 31/5/2020