Pai misericordioso?
04/03/2019 | Mensagens, Pr Wilson Greve
Pr. Wilson R. Greve (3/3/2019)
Texto bíblico básico: 2 Coríntios 1.3-7
O texto bíblico básico inicia-se com as seguintes palavras:
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação.
Você consegue louvar a Deus dessa forma? Verdadeiramente?
Seria mesmo Deus um Pai misericordioso?
O apóstolo Paulo tinha o hábito de orar pelas igrejas de que cuidava, mas aqui ele ora por si mesmo, tendo em vista as muitas aflições que sofria.
A palavra traduzida como aflição aqui é thlipsis, que significa uma aflição que o mundo inflige ao discípulo de Jesus por conta de seu compromisso. A ideia é a tortura de alguém que é deitado de costas e passa a ser sujeito a pesos cada vez maiores sobre o peito, até que não consiga mais respirar. Paulo descreve assim as aflições que sofreu:
Trabalhei muito mais, fui encarcerado muitas vezes, fui açoitado mais severamente e exposto à morte repetidas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites. Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto a fúria do mar…” (2Co 11.23-25).
Todavia, no meio de tudo isso ele confiava na misericórdia de Deus, na paraklesis, a ação poderosa e redentora de Deus.
Paulo pode ter-se lembrado deste texto do profeta Isaías:
Com certeza o Senhor consolará Sião e olhará com compaixão para todas as ruínas dela; ele tornará seus desertos como o Éden e seus ermos como o jardim do Senhor. Alegria e contentamento serão achados nela, ações de graça e som de canções (Is 51.3).
A promessa é de que, no tempo certo, Deus mudará tudo, e Paulo contava com isso. Será que conhecemos Deus assim?
Outras promessas e palavras de esperança são esta promessa de Jesus e a confissão de Jeremias:
Pedirei ao Pai, e ele lhes enviará outro conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade (Jo 14.16-17a).
Todavia, lembro-me também do que pode me dar esperança: graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis; renovam-se cada manhã: grande é a sua fidelidade (Lm 3.21-23).
Com que objetivo somos consolados?
Para também sermos capazes de consolar.
Não poderemos ajudar outros se não tivermos experiência, e Deus promete não nos sobrecarregar:
Ele me tirou de um poço de destruição, de um atoleiro de lama, pôs meus pés sobre uma rocha e firmou-me num local seguro. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino de louvor ao nosso Deus. Muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor (Sl 40.2-3).
Para compartilhar os sofrimentos de Cristo por nós
Cristo, como o Filho do Rei dos reis, sofreu em nosso favor, e assim precisamos estar dispostos ao mesmo:
Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e experimentado no sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto foi desprezado, e não o tínhamos em estima (Is 53.3).
Paulo diz então:
Quero conhecer Cristo, o poder de sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte (Fp 3.10).