O Pai Nosso (1ª parte)
08/11/2018 | Mensagens, Pr Wilson Greve, Série "O sermão do monte"
Pr Wilson R. Greve (4/11/18)
Texto bíblico básico: Mateus 6.9-15
A oração do Pai-Nosso é tão difundida e repetida que em muitos casos degenerou em reza meramente recitada. Quando isso acontece, ela se torna ou um palavreado vazio ou se abusa dela, atribuindo ao seu simples enunciado algum poder místico. Nada disso, porém, faz justiça à intenção com que Jesus a ensinou.
Pai nosso, que estás nos céus
O que significa, então, nos dirigirmos a Deus chamando-o de Pai nosso, que estás nos céus?
- O fato de podermos chamá-lo de Pai mostra o amor de Deus ao nos capacitar para sermos seus filhos e de recebermos dele os cuidados correspondentes a essa condição:
“Aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito [ou: o poder] de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1.12).
“Deus os trata como filhos. Ora, qual filho não é disciplinado por seu pai? Se vocês não são disciplinados, e a disciplina é para todos os filhos, então não são filhos legítimos, mas ilegítimos” (Hb 12.7-8).
- Poder chamar Deus de Pai mostra o seu poder, de modo que podemos pedir sua ajuda em tudo que necessitarmos:
“Aquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos, de acordo com seu poder que atua em nós…” (Ef 3.20).
Santificado seja o teu nome.
Santificar o nome de Deus significa reconhecer que ele é diferente, separado, distinto de tudo o mais e, diante disso, dedicar-lhe honra, respeito e amor:
“Quem dentre os deuses é semelhante a ti, Senhor? Quem é semelhante a ti, majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas?” (Êx 15.11)
Santificar o nome de Deus é muito mais do que não falar seu nome em vão, mas é conhecê-lo verdadeiramente e confiar nele:
“Os que conhecem o teu nome confiam em ti, pois tu, Senhor, jamais abandonas os que te buscam” (Sl 9.10).
Martinho Lutero ensina que santificamos o nome de Deus “quando tanto nossa vida como nossa doutrina são verdadeiramente cristãs, quer dizer, quando nossas convicções intelectuais e nossas ações práticas são a expressão de uma submissão total à vontade de Deus.
Venha o teu reino.
Seria este um pedido pela volta de Jesus?
Sim, mas não só: significa também invocar o domínio de Deus sobre todo o Universo:
“O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e como rei domina sobre tudo o que existe” (Sl 103.19).
“Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas” (Rm 13.1).
Além disso, significa reconhecer o domínio de Deus sobre o coração e a vida daqueles que se submetem a ele.
“Disse Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se fosse, meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem, mas agora o meu reino não é daqui” (Jo 18.36).
“Digo-lhe a verdade: ninguém pode entrar no reino de Deus se não nascer da água e do Espírito” (Jo 3.5).
Seja feita a tua vontade
Nosso desejo costuma ser que Deus mude tudo ao nosso redor, mas como fica o reino de Deus quando ele envolve nossa própria vida?
Neste sentido, podemos assumir duas atitudes erradas:
resignação, em que abro mão de participar do que acontece, e
ressentimento, em que deixo de crer que Deus se importa comigo.
Em vez disso, pedir que seja feita a vontade de Deus consiste em confiar na sabedoria de Deus:
“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com seu propósito” (Rm 8.28).
Significa também confiar em seu amor por nós:
“Aquele que não poupou seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Rm 8.32)
O desafio do Pai-Nosso é orarmos pensando no que estamos dizendo e examinar se nossa vida realmente pertence a Deus.