As bem-aventuranças (1)
25/06/2018 | Mensagens, Pr Wilson Greve, Série "O sermão do monte"
Pr Wilson R. Greve (resumo da mensagem de domingo, 24/06/2018)
Texto bíblico básico: Mateus 5.1-12
Introdução
O Sermão do Monte é uma série de ensinamentos de Jesus registrados nos capítulos 5 a 7 do evangelho de Mateus (e numa versão abreviada em Lucas 6.17-49). Esses ensinamentos estabelecem padrões de conduta extremamente elevados, tanto que é praticamente impossível alguém de nós conseguir satisfazê-los. Se, então, os encararmos como um conjunto de regras ou leis a obedecer e cumprir, poderíamos rejeitá-los por serem totalmente irreais. Todavia, seu propósito não é este, e sim que sirvam como alvo a perseguir, como modelo de uma vida perfeita, do qual vale a pena tratar de se aproximar por meio de um exercício persistente. O Sermão do Monte começa com as chamadas “Bem-Aventuranças”, uma série de 9 promessas de felicidade, cada uma sob determinada condição e com um efeito feliz.
Na meditação desta semana, examinaremos as quatro primeiras bem-aventuranças, que tratam de duas áreas da nossa vida: nosso relacionamento com Deus e o relacionamento com as outras pessoas.
1ª bem-aventurança
Bem-aventurados os pobres de espírito
O povo judeu a quem Jesus disse isso vivia sujeito a um enorme e pesado catálogo de leis e regulamentos que deveriam ser seguidos “para agradar a Deus”, e os mais zelosos disso se orgulhavam das suas qualidades. Jesus, porém, promete a felicidade não para estes, mas para os que reconhecem sua incapacidade (pobreza de espírito) e confiam na graça de Deus. O apóstolo Paulo detalhou isso mais tarde assim:
Vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus, não por obras, para que ninguém se glorie (Efésios 2.8-9).
Charles H. Spurgeon (séc. XIX), expressou a mesma ideia da seguinte forma:
“Para subirmos no Reino, é preciso nos rebaixarmos em nós mesmos”.
É preciso reconhecer que só estamos aqui porque Deus quis assim – nada contribuímos para isso.
2ª bem-aventurança
Bem-aventurados os que choram
Não se trata de chorar por mera emotividade, mas de lamentar nossa condição (de pobres no espírito), reconhecendo que ainda falta muito a fazer para agradar a Deus, e buscando seu perdão por isso. Paulo expressa essa condição assim:
Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo … Miserável homem que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? (Romanos 7.18 e 24)
Outra citação semelhante, do missionário David Brainerd:
“Em minhas devoções matinais, minha alma desfez-se em lágrimas e chorou amargamente por causa da minha maldade e vileza”.
Contudo, depois de reconhecer isso, Paulo também expressa a bem-aventurança:
Agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte (Romanos 8.1-2).
3ª bem-aventurança
Bem-aventurados os humildes (mansos)
Mansidão ou humildade é uma forma de reagirmos ao que nos fazem ou nos acontece. É ser gentil, cortês e atencioso, mantendo controle sobre nossas ações e palavras.
Ser manso é ser forte, mas aceitar ser dominado:
“A mansidão é, em essência, a verdadeira visão que temos de nós mesmos, e que se expressa na atitude e na conduta para com os outros” (Martyn Lloyd Jones).
É seguir esta outra bem conhecida instrução de Jesus:
Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas (Mateus 11.29).
4ª bem-aventurança
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça
São três os tipos de justiça que podemos distinguir:
- Justiça legal ou penal
- Justiça moral
- Justiça social
A justiça penal que nos diz respeito só Jesus pode satisfazer:
O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo (Romanos 6.23).
A justiça moral se expressa na nossa vontade de servir ao Senhor:
Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e santidade provenientes da verdade(Efésios 4.22-24).
A justiça social consiste em amar o próximo e em cuidar dele em suas necessidades:
- Reconhecer nossa condição de pecador;
- Lamentar a condição de pecado em que nos encontramos;
- Tornar-nos sensíveis ao nosso próximo reagindo com mansidão;
- Cultivar o amor a Deus e ao próximo todo o tempo.
Jesus explicou:
Ame ao Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a ele: Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mateus 22: 37-39).